No povo de além da serra
Vai a noite em mais de meio,
E a pobre da mãe velava
Unindo o filhinho ao seio.
«Acorda, meu filho, acorda,
Que esse dormir não é teu;
É como o sono da morte
O sono que a ti desceu.
Tarda-me já um sorriso
Nos teus lábios de rubim;
Acorda, meu filho, acorda,
Sorri-te ledo p´ra mim.»
Mas o pobre doentinho
Em seu regaço expirou;
E a mãe o cobriu de beijos,
E largo tempo chorou.
Em seu pequeno jazigo
Dois dias chorou também;
Ao terceiro, o sino triste
Dobrou à morte de alguém.
E à noite, no cemitério,
Outro jazigo se via:
Era a mãe, que ao pé do filho
Na sepultura dormia.
SOARES DE PASSOS
Para fazer o download da ANTOLOGIA POÉTICA
http://www.homeoesp.org/livros_online.html
Cantava-a para mim a minha querida mãe, era eu uma de 3 a 4 anos e ela fazia-me chorar, com pena das
ResponderEliminarpersonagens da triste história
Muito belo e sensível o poema de Soares de Passos, meu Amigo.
ResponderEliminarAinda hoje faz com que corram lágrimas a muita gente (incluindo eu) quando lembramos todas as mães e filhos mortos neste mundo.
O Amor de Mãe - vou utilizar uma expressão homeopática - é o simillimum do Amor Gratuito.
Um abraço fraterno.
JMA